“Tenhamos coragem de sermos felizes”
Augusto Boal
Justificativa
Os anos 90 caracterizaram a desintegração de grupos e movimentos, a atomização de propostas e atividades, através das políticas neoliberais de que foram objeto nossos povos e culturas. Os grupos de Teatro do Oprimido não ficaram fora desta realidade. Por isso hoje, frente à idéia de que “Outro mundo é possível” e da existência de vários movimentos sócios culturais que começam a fazer visível sua existência, nos propomos a juntar os esforços, sonhos e projetos aos grupos e pessoas que trabalham a transformação social utilizando a metodologia do T.O.
Nosso desejo é multiplicar o Teatro do Oprimido gerando instancias de formação, intercâmbio, investigação e difusão que retro alimentarão as experiências particulares como também as iniciativas e projetos coletivos, mantendo e aprofundando o vínculo com CTO e seu diretor Augusto Boal.
Apresentação
Quem Somos?
Somos um grupo de trabalhadores sociais que incorporam o Teatro do Oprimido em suas práticas de trabalho como ferramenta e metodologia para a transformação social.
Integramos respectivamente:
- GTO Santo André, São Paulo – Brasil. Armindo Pinto
- Grupo de Teatro do Oprimido “OCAS”, São Paulo – Brasil Marcos Dias
- GTO “Cambalache Canario”, Canelones – Uruguay.
Leticia Cuba / Massimiliano Bozza
- Grupo Teatro de Transformación “Actorantes”, Montevideo – Uruguay.
Gustavo Schlegel
- GTO Rosario, Rosario – Argentina. Fernando Ferraro
- Grupo “Al Borde”, Buenos Aires – Argentina Carolina Echeverría
O que fazemos?
Em nossos países desenvolvemos experiências com diversos grupos em situação de vulnerabilidade, como por exemplo:
- Adolescentes e Jovens (gravidez precoce, situação de rua, consumo de drogas, exclusão do mercado de trabalho, e todo o tipo de discriminação).
- Mulheres (violência doméstica, questão de gênero, obesidade).
- População negra (racismo e identidade cultural)
- Idosos
- Pacientes usuários de atenção psico social.
- Pessoas com deficiência física e/ou mental
- Presidiários
- Moradores de rua
- Grupos de periferia e comunitários (Memória, identidade cultural).
Propostas
Propomos a construção da Rede Latino americana de TO, para fazer intercâmbio de nossas formas de trabalho, buscando assentar uma primeira base que possibilite o desenvolvimento futuro do projeto.
∑ Formação
- Capacitações específicas para nossos processos, com Augusto Boal e CTO-Rio.
- Capacitações com acréscimo de outras disciplinas e formas artísticas.
∑ Intercâmbio:
- Encontros periódicos entre os coordenadores ou integrantes dos grupos, assim como pessoas que utilizem de forma pessoal as técnicas de Boal.
- Promoção de atividades conjuntas entre os grupos.
- Realização do primeiro encontro de intercambio (oficinas e apresentações conjuntas) entre os grupos acima mencionados, planejado para Setembro de 2007 em Canelones, Uruguay.
- Participação em eventos afins com outros grupos de TO integrantes desta rede.
- Preparação do Primeiro Encontro Latino americano de Teatro do Oprimido, convidando os grupos e pessoas que trabalham as técnicas de Teatro do Oprimido na América Latina para somarem-se ao projeto.
∑ Investigação
- Sistematização das experiências regionais.
- Teorização a partir das práticas e descobrimentos.
- Gerar oficinas destinadas aos multiplicadores para a experimentação e busca de
ferramentas.
∑ Difusão
- Reedição regional das publicações de Augusto Boal.
- Publicação das experiências locais.
- Divulgação dos trabalhos locais e regionais em distintos suportes meios de comunicação.
- Incorporação do Teatro do Oprimido em âmbitos acadêmicos.
Santo André, 13 de julho de 2007.
